Por Marcelo Martini
18 de Maio
Desde os primórdios, o papel dos lubrificantes estão diretamente ligados à elaboração de soluções que beneficiem o transporte e, consequentemente, o setor automotivo. Atualmente, estas duas indústrias caminham paralelamente, contribuindo em conjunto com o desenvolvimento de ambos os setores e promovendo melhorias aos consumidores, com tecnologias cada vez mais modernas e aderentes às demandas de mercado.
Para conquistar este atual patamar, tanto os lubrificantes, quanto as indústrias automotivas e de produção do óleo, passaram por diversas transformações ao decorrer dos anos, que vão desde a execução de métodos rudimentares de transporte, até a concepção dos produtos mais avançados para este mercado.
Contudo, para entendermos a importância destes produtos para o desenvolvimento do setor automotivo, precisamos retroagir alguns séculos para conhecer a história sobre a criação dos lubrificantes e os passos que o tornaram um item essencial para o segmento.
A jornada e o desenvolvimento dos lubrificantes automotivos
O desenvolvimento dos lubrificantes nos remete ao Egito antigo. Na época, os egípcios misturavam água, lama, gorduras animal e vegetal para lubrificar os troncos de madeira, que eram utilizados como trilhos para transportar os blocos de pedra aplicados em construções e monumentos.
Anos mais tarde, após o início das perfurações de poços de petróleo nos Estados Unidos, por Edwin Drake, o petróleo cru assumiu o papel de lubrificação de equipamentos pesados, haja vista a economia proporcionada, a facilidade de obtenção e a melhor adequação ao calor, quando comparado aos compostos de origem animal e vegetal.
Rapidamente, a substância passou a ser utilizada também como óleo de motor. Entretanto, sem o refino e o tratamento adequado contra contaminantes. Ou seja, o material era utilizado sujo, o que causava inúmeros problemas para o funcionamento dos sistemas.
Além disso, a alta temperatura dos equipamentos prejudicava a viscosidade do petróleo, uma vez que o excesso de calor aumentava a fluidez da substância e consequentemente prejudicava a lubrificação das partes metálicas.
Para solucionar este gargalo, os lubrificantes passaram a receber tratamentos com aditivos, a fim de deixá-los mais limpos e com a viscosidade e características apropriadas para a utilização em motores à combustão.
Com a produção em massa do modelo FORD T e o surgimento de outras indústrias automotivas, o lubrificante passou a ser consumido em grande escala. Com a melhora dos motores, em tamanho, cilindradas, potência e economia, a indústria de lubrificantes passou a desenvolver produtos mais econômicos e modernos, com objetivo de atender às exigentes demandas do mercado automotivo.
A importância dos lubrificantes para o setor automotivo
Como parte da história do setor, os lubrificantes, atualmente, exercem papel fundamental para o pleno funcionamento desta indústria. Além de fazerem parte do processo de fabricação das peças dos automóveis, como motor e chassis, o produto é utilizado em caixas de transmissão, manuais ou automáticas, e, claro, no motor dos veículos.
Neste sentido, com o alto custo de aquisição de veículos elétricos e a infraestrutura de recarga apresentando entraves para a expansão do segmento, a demanda por veículos à combustão ainda segue alta. A ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) prevê um aumento de 9,4% na produção de automóveis leves e pesados em 2022, uma vez que as demandas do setor automotivo estão diretamente relacionadas ao da indústria de lubrificantes. Desta forma, esses dados garantem que o mercado de óleos siga em escala de crescimento.
Entretanto, as necessidades de atualização e modernização dos produtos seguem cada vez maiores. Os motores mais modernos são, também, mais exigentes em potência e economia de combustível, exigindo que os lubrificantes desempenhem papel importante na lubrificação dos componentes metálicos, trazendo proteção para as peças e auxiliando na economia de combustível e reduzindo a temperatura de trabalho do motor.
Assim, a indústria de lubrificantes tem intensificado o investimento em inovação tecnológica para o segmento automotivo, com produtos que apresentam modernas especificações, como a API SP e a ILSACG GF-6, que garantem diversos benefícios aos motores de última geração, como as soluções para o problema de pré-ignição em baixa velocidade, melhores propriedades a frio, e ainda, limpeza adequada dos motores.
O fato é que as indústrias de automóveis e de lubrificantes caminham lado a lado desde o princípio. E, o desenvolvimento conjunto destes mercados depende do investimento em tecnologias e inovações que promovam melhorias às soluções oferecidas ao consumidor, a fim de contribuir para o crescimento mútuo de ambos os setores.
Marcelo Martini é Gerente de Vendas do Aftermarket da FUCHS, maior fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo.
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