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Banco Americano projeta queda nos custos da manutenção de veículos elétricos

O custo de manutenção de um carro elétrico vai alcançar o mesmo patamar de um veículo com combustíveis tradicionais já no próximo ano na Europa. Os resultados, mais breves do que os aguardados anteriormente, levarão o público a comprar modelos com as baterias antes do previsto, segundo análise do Banco UBS sobre o Chevrolet Bolt.

O banco previu um “ponto de inflexão para a demanda” por veículos acionados por bateria depois de desmontar um Bolt, o primeiro veículo elétrico de longe alcance dirigido ao mercado de massa, para examinar seus componentes e determinar seu custo real de produção.

A estimativa é que fabricar um Bolt custa US$ 28,7 mil (R$ 93 mil), significativamente menos que o esperado, e que seu motor elétrico só contém três partes móveis, ante 113 do de um Volkswagen Golf.

Isso se traduz em custos anuais de manutenção mais baixos, no valor de US$ 255 (R$ 829) para o Bolt, ante US$ 610 (R$ 1.982) para um Golf, segundo o cálculo do UBS.

O custo total de propriedade, que incorpora combustível e outros gastos associados à operação de um veículo, vai ser equivalente ao de um veículo com propulsão convencional já a partir do ano que vem na Europa, e o ponto de paridade será atingido em 2023 na China e em 2025 nos Estados Unidos, de acordo com as projeções do banco.

“As pessoas se concentram no preço de venda, mas subestimam as diferenças no custo operacional do veículo”, disse Patrick Hummel, analista de veículos do UBS que comandou a pesquisa.

“A demanda provavelmente será maior do que a que estávamos antecipando.”

Aumento nas vendas

Como resultado, o UBS elevou suas projeções para a venda mundial de veículos elétricos em 50%, prevendo que 14% dos veículos vendidos no planeta em 2025 terão motores elétricos e que na Europa será de um terço do total.

No momento, as vendas de carros elétricos e híbridos são de menos de 1% do total de veículos vendidos no planeta, em razão do custo elevado e da relativa indisponibilidade de infraestrutura de recarga.

Giles Normand, diretor de veículos elétricos da Renault, fabricante do elétrico Zoe, disse que a tecnologia elétrica “avançou muito mais rápido que o esperado”, ainda que tenha afirmado que sua previsão quanto ao momento de paridade de custo seja 2020.

O Bolt é vendido por US$ 37 mil e, de acordo com sua publicidade, tem autonomia de 383 quilômetros sem recarga, o que faz dele o primeiro elétrico de longo alcance no mercado capaz de competir em termos de preço com os veículos a combustão.

Antes de 2020, a maioria das grandes montadoras lançará modelos de capacidade semelhante, entre os quais o Model 3 da Tesla, que sai ainda neste ano.

O UBS estima que a General Motors venderá o Bolt com prejuízo de US$ 7.400 por unidade, inicialmente, em larga medida em razão dos custos de distribuição. Mas a montadora pode atingir margem de lucro de 5% com o modelo em 2025, devido aos ganhos de escala e avanços na tecnologia de baterias. A GM não comentou imediatamente quando questionada pela reportagem.

Caso a estimative do UBS para o Bolt for possível para o Tesla Model 3, a companhia americana pode começar a lucrar vendendo os modelos por U$ 41 mil –  valor U$6 mil acima do preço base esperado. A Tesla pode alcançar tal lucro vendendo opções com margens maior, como com menos opções de tecnologia embarcada, afirma o banco.

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