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longarina dianteira longarina dianteira

Hoje em dia, embaixo do capô de um veículo, há diversos componentes:longarina dianteira  e traseira, mangueiras de plástico, engrenagens, fios, módulos eletrônicos e peças em geral.

Obviamente, em uma colisão frontal esses componentes são os mais suscetíveis a danos. Além deles, ainda há os Air-bags, cada vez mais comuns, e que geram um custo elevado para troca caso sejam acionados. Mas, é na estrutura do veículo que fica a maior preocupação nesse tipo de acidente.

Caso haja danos muito grandes ao chassis o veículo não pode ser reparado em hipótese nenhuma. Mas, às vezes o dano fica restrito à parte do choque: as longarinas dianteiras. As longarinas do veículo são responsáveis por um dos maiores tabus da reparação automotiva.

Afinal, o veículo fica ou não condenado?

Você deve saber que um veículo com a longarina reparada perde valor de revenda, dificilmente é aceito por seguradoras e gera temor nos compradores que buscam trocar de carro. Mas, por que isso acontece? Eles estão certos? Para te ajudar com esse tema tão importante e delicado, o Brasil Mecânico consultou materiais fornecidos pela CESVI Brasil, a mais tradicional Centro de segurança veicular do país, atrás de informações que possam acabar com suas dúvidas de uma vez por todas.
Para evitar suspense, já adiantamos que a resposta é: NÃO, o veículo não é condenado por ter sido avariado na longarina dianteira. Afinal, ela está lá, dentre outras coisas, para isso. É esperado dela que detenha o impacto em caso de acidente. E, também é importante você, reparador mecânico, saber que um dos maiores motivos para que esse mito tenha ganhado maiores proporções, é o trabalho de alguns reparadores. Isso mesmo, a forma como é feito o serviço de reparação do componente, por muitas oficinas, traz uma visão deturpada sobre o tal “dano estrutural”.
Portanto, a longarina pode ser reparada sem maiores complicações. Porém, esse reparo tem que ser feito da maneira CORRETA. Para isso, entretanto, é fundamental que se entenda primeiro qual é o problema com a forma ERRADA.

O que acontece com a longarina

Em uma colisão frontal, a longarina amassa para dentro. Ou seja, a ponta entra e faz um efeito sanfonado na estrutura. É justamente o que se espera desse componente. Que dobre até certo ponto de forma que amorteça a pancada, tornando mais seguro dentro da cabine, e evitando até mesmo o comprometimento de outras peças. A rigidez da longarina é projetada junto com o veículo, portanto, a quantidade e a densidade do ferro que forma o item é estudada e garante o mínimo dano possível ao veículo.

A forma errada

Estiramento da peça por aquecimento com maçarico, reparação das áreas programadas do componente e soldagem oxiacitilênica.

A forma mais utilizada, e errada, de se reparar uma longarina é basicamente um “jeitinho” que se dá. Se a longarina está amassada, qual seria a forma mais correta de desamassá-la com o mínimo de recursos utilizados? Resolvendo esse problema, muitos reparadores, por força do hábito ou desconhecimento sobre outros procedimentos, aquecem a longarina até que ela se torne maleável e a esticam, deixando-a como “nova”. Porém, esse método é o ERRADO e há uma explicação muito simples para isso. O ferro quando é aquecido ele se torna maleável, mas, isso se dá porque o material perde densidade. Em outras palavras, o ferro perde resistência, se torna mais frágil. É simples, se fica mais fácil de esticar, vai ficar também mais fácil de entortar de novo.

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Como fazer

Estiramento a frio, substituição parcial da longarina removendo a parte afetada, soldagem MIG MAG.
Se a forma inadequada de realizar o serviço é de fácil acesso e presente no cotidiano da maioria dos reparadores que trabalham com esse tipo de serviço, o mesmo não se pode dizer da forma correta de realizar o reparo das longarinas. O primeiro passo é o estiramento a frio do componente de forma que não haja comprometimento da composição do material. Em sequência, deve-se substituir toda a parte afetada da longarina, fazendo o corte na região determinada pela montadora. Depois, encerra-se o processo com solda MIG MAG.

Obs: Cada montadora especifica qual a parte correta para cortar a longarina.

Na prática

Executando o serviço de forma correta, o reparador pode salvar vidas. Isso porque em testes da CESVI Brasil, Centro de excelência em segurança veicular, foram apontados resultados definitivos sobre o funcionamento da longarina em colisões frontais sob cada condição possível.
Os testes foram realizados com um veículo colidindo em condições idênticas contra uma barreira fixa de 32 toneladas a uma velocidade de 18 km/h e com o mesmo ponto de primeiro toque.

– O primeiro teste foi realizado com uma longarina original. O resultado, foi uma deformação total de 51 milímetros na longarina.

– O segundo teste foi realizado com uma longarina reparada de forma inadequada, sob as condições descritas acima. O resultado, uma deformação total de 148 milímetros. Mais que 300% acima da deformação inicial.

– O último teste foi realizado com uma longarina reparada da forma correta, com o procedimento descrito acima. Como resultado, a longarina teve uma deformação de 57 milímetros. Apenas 11,76% mais deformado que o componente original.

Conclusão

A forma do reparo da longarina é um fator determinante para a segurança do veículo. A diferença de 288% pode definir a perda de uma vida. Por isso, é fundamental que na hora de realizar esse tipo de serviço, você faça a escolha correta. Reparador mecânico, a escolha do serviço a ser feito só depende de você.

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