Evite prejuízos na compra de “amortecedores recondicionados”, especialista da DRiV, explica quais os riscos existentes e como evitá-los
Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro presenciou um expressivo crescimento nas vendas de veículos seminovos e usados. O aumento nos preços dos chamados “zero quilômetro” fez com que muitos consumidores optassem ou mesmo decidissem manter a posse dos seus atuais veículos por mais tempo. Conforme dados da Fenabrave, até setembro deste ano comercializaram mais de 7,8 milhões de unidades de automóveis e comerciais leves usados, cerca de 4% a mais que o total no mesmo período de 2022. Com isso ressaltamos ao cuidado: Evite prejuízos na compra de “amortecedores recondicionados”.
Este cenário contribui para a expansão do mercado de reparação e reposição automotiva, uma vez que, quanto maior o tempo em posse de um mesmo veículo, maior será a necessidade de se investir em manutenções e reparos necessários para sua conservação.
Para atender aos consumidores deste segmento vários fornecedores oferecem as mais diversas soluções de produtos. Entre eles, temos marcas reconhecidas, fornecedoras de grandes montadoras e que atendem ao aftermarket automotivo como a Monroe, precursora na criação dos amortecedores e pertencente ao grupo Tenneco DRiV. Empresas como ela se destacam por investir muito em desenvolvimento e tecnologia, seguindo normas de qualidade e segurança locais e internacionais. Dessa forma, ao adquirir um componente produzido por estas empresas o consumidor conta com um produto de origem comprovada e com garantia do fabricante.
Peças recondicionadas
Por outro lado, há uma categoria de autopeças e componentes automotivos que vem chamando atenção: as chamadas “peças recondicionadas”. Em primeiro lugar, devemos diferenciar componentes remanufaturados de componentes recondicionados. O primeiro caso se refere a produtos que após seu uso normal são recolhidos pelo fabricante, desmontados e têm o aproveitamento de parte de sua composição utilizada na fabricação de um novo componente. Durante esse processo, a fabricação segue os mesmos procedimentos implantados na manufatura padrão, com níveis similares de qualidade, durabilidade e segurança de um produto novo. Por isso, a utilização do termo “remanufaturado”, que conta inclusive com a garantia da fábrica.
Já no caso de produtos recondicionados temos situações que vão desde um pequeno reparo em uma peça danificada para ser reutilizada, até o reaproveitamento de um componente após o fim de sua vida útil sem passar por quaisquer verificações mínimas de qualidade e segurança.
“No caso dos amortecedores não existem opções de fábrica para remanufaturados, pois as condições em que são submetidos impedem que possam ser reaproveitados após o uso. Para isso, seria necessário trocar entre 90% e 95% de seus componentes, o que torna inviável o procedimento”. O supervisor alerta ainda que as ofertas de amortecedores “recondicionados” anunciados no mercado não têm nenhuma relação com qualquer fabricante. Elas são realizadas por vendedores independentes e os produtos ofertados não possuem qualquer certificado oficial de qualidade ou garantia contra falhas ou defeitos. Por isso, é importante que os consumidores e mesmo distribuidores, aplicadores e reparadores tenham cautela na hora de adquirir esses produtos”.
De acordo com Juliano Caretta, Supervisor de Treinamento Técnico da Tenneco DRiV
O amortecedor é um item de segurança veicular. Seu funcionamento depende de uma cadeia de componentes que atuam em conjunto. Alguns deles disponíveis para as indústrias e não pode-se adquirir no mercado comum. Desta maneira, fica praticamente impossível recuperar um amortecedor usado ou danificado e deixá-lo nas mesmas condições de uso de um novo.
Cuidado com promoções veiculadas na internet
É comum encontrar ofertas de amortecedores recondicionados na internet, além de vídeos demonstrando como “recondicioná-los”.
“Na maioria das vezes, o que ocorre é a retirada do óleo no interior do cilindro e sua substituição por outro. Aqui vale ressaltar que o óleo utilizado em amortecedores é específico. Tem composição e viscosidade desenvolvidos especialmente para serem usados no interior do amortecedor. O que fazem é utilizar outro tipo de óleo: de máquina, motor e até de cozinha. Depois enchem todo o tubo de pressão com esse fluído impedindo o funcionamento adequado da haste, do pistão e da válvula, dando a falsa impressão de “firmeza”. Por fim, o amortecedor é pintado para adquirir a aparência de novo e assim, posto à venda”.
explica o Supervisor.
Ao utilizar esses amortecedores, motoristas não terão um sistema de suspensão eficiente e comprometerão a dirigibilidade, estabilidade e a segurança durante a condução do veículo.
Para evitar prejuízos e riscos à segurança, Caretta pontua alguns cuidados na hora de comprar um novo jogo de amortecedores:
- Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo dos praticados pelo mercado;
- Se certificar que o produto possui a homologação do Inmetro;
- Confirmar se há garantia contra defeitos por parte do vendedor ou fabricante;
- Se tiver dúvidas em relação à origem do produto, contate o suporte do fabricante;
- Nas vendas pela internet, procure sempre realizar negócios em sites e lojas com boa reputação,atendimento ao cliente e ambiente de compras seguro.
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